segunda-feira, 11 de março de 2013

E não é que o verde e amarelo alaranjou?

O Brasil tá fora da Copa e não sem avisos dos secadores e pseudo-especialistas-de-época-de-copa-de-plantão. Levou virada de um timeco chamado Holanda e até agora não se consegue explicar onde começou o erro. Lá pelas tantas me vem o Galvão Bueno e fala em "situação que vinha se desenhando há meses", no caso do Felipe Melo perder a cabeça no momento mais importante. Perdeu cabeça, tronco e membros. Foi triturado pela inexperiência de quem dá show em jogo amistoso e leva o maior "caldo" na hora do "vamo vê".

Me desculpem as expressões tão de arquibancada, mas só assim pra desabafar tanta frustração. Bem, como consolo dá pra lembrar da seleção do Parreira na Alemanha em 2006. Sim, aquela que levou gol da França, baixou a cabeça e quase pediu desculpas por existir. O time do Dunga pelo menos lutou e foi pra cima em busca do empate. Sem a categoria e o talento de Zico e Cia depois que levaram o terceiro da Itália em 82 e quase empataram aos 45 do segundo tempo, naquela cabeçada do Oscar que o Dino Zoffi agarrou em cima da linha. O time inteiro perdeu a cabeça hoje. Além de tronco, membros e cérebros. Se perdesse o bolso, aí é que eu queria ver o que aconteceria...(aí a viagem tá ficando pesada, né rapaziada?)

Nessas horas é que o teimoso sofre duplamente. Sofre na primeira, por ter que contrariar todo mundo em troca de um sentimento qualquer de orgulho; e sofre na segunda, quando a opinião que levanta como uma bandeira sem céu ao fundo se esfarela no vão do fracasso (não acredito! Até poesia já tô fazendo agora).

Pois o Dunga contrariou toda a nação, não levou Ganso, Neymar, Ronaldos, Adrianos e outros beberrões do mesmo quilate para dar chance a Josué, Michel Bastos, Gomes, Gilberto sei-lá-o-que (não é o Silva) e um punhado de outros pernas-de-pau. Por contusão perdemos Elano, hoje Felipe Melo foi expulso e não tínhamos, no banco de reservas, um único jogador macho que chamasse a responsa e dissesse pro Dunga: "Professor, me ponha dentro que eu resolvo".

Falando em Michel Bastos, adoraria saber como um sujeito desses consegue se profissionalizar em futebol. Cara, durante os 5 jogos na África do Sul não vi esse ala acertar um mísero cruzamento, nem fazer uma única triangulação, nem puxar um contra-ataque, além das faltas, faltas, faltas e cartões que parece ter feito questão de levar. Nem sei quantos foram, mas o de hoje foi idiota e por muito pouco não levou um avermelhado nas fuças.

Sabem o que vou fazer agora? Vou torcer é pra Argentina. Sem essa de rivalidades e outras picuinhas. Os caras ganham a mesma fortuna que os brasileiros e querem, além do dinheiro, ganhar a Copa. Aliás, me digam aí quem é o craque dessa Copa?

Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, Drogba, Hooney, Robben? Tirando o Messi, que ainda faz boas jogadas com a alvi-azul, o Ronaldo português é aquilo mesmo que o Casagrande falou: suas jogadas em replay são maravilhosas, mas jogando ao vivo é uma calamidade. Só marketing, comerciais e quem sabe filmes no cinema, mas jogar que é bom...nada. Aliás, bacalhau também nada né? (Perdão patrícios, também sou descendente portuga viu?)

Drogba e Robben? Que é isso? o africano só fez uma ou outra jogada, um ou outro gol, um deles no Brasil, e só. O Robben é o holandês que só puxa para o meio e chuta de esquerda e olhe lá. Nada além de uma ilusão.

Mas o que me decepcionou mesmo foram as atuações de Wayne Hooney e Kaká. Hooney era apontado, no começo do ano, como o provável cracaço da Copa. Fazia e acontecia pelo Manchester, era chamado de "Pelé branco" e outras heresias. Bastou a Jabulani rolar na África pro cara mostrar a que veio: nada (aqui nem rola mais bacalhau, que já tá frito!).

E o Kaká? Expulso infantilmente contra a Costa do Marfim. Entrou na provocação do adversário, apanhou feito ladrãozinho no xadrez e ainda foi pro chuveiro mais cedo. Pro cara que joga há anos na Europa deixar-se envolver assim é, no mínimo, coisa de criança. Outro candidato a craque que, talvez em 2014, faça a diferença, ou a indiferença, sei lá. Ele repetiu o que o Ronaldinho Gaúcho fez em 2006: amarelou. Um amarelo mais amarelo que o amarelo da camisa brasileira.

Na boa, quer saber quem é o craque da Copa? Ele nem entra em campo e chama-se Diego Armando Maradona. Dá verdadeiros shows na beira do campo, faz milhões de caras e bocas, provoca todo mundo nas coletivas e ainda agradece a Deus quando ganha. Dieguito é o showman que tanto faz falta dentro de campo. Politicamente incorreto? Prepotente? Maldito? Chamem do que quiserem que ele gosta é de tumulto mesmo. Não fosse assim nem teria vindo ao mundo. E tome bolada em brasileiros, franceses, alemães e quem mais se meter a besta. Esse é O CARA.

Finalizando, daqui há quatro anos a ilusão volta, o sonho já cinco vezes realizado também e a possível vitória agora em solo brasileiro. Com ou sem Jabulani, o jeito agora é se contentar com Ronaldo, Vagner Love, Washington e os trombadores de plantão do Brasileiro, que vai recomeçar assim que o Mundial acabar.

Câmbio, desligo!

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra

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